quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nada Custa Sorrir

Nada custa sorrir
Bethuel Neumann Becker
A noite começava aos poucos a dar lugar ao nascimento de um novo dia. No horizonte já se viam raios de luz que começavam a se levantar dizendo que logo mais o sol estaria reinando e trazendo mais um dia iluminado.
No interior das casas, as pessoas já iniciavam a aquecer as estufas com o acender das lenhas, porém na escuridão ainda reinante, precisavam acender as luzes para se orientarem.
Era por pouco tempo, pois somente mais alguns minutos e estaria claro o bastante para que se apagassem as luzes.
Os galos ajudavam a acordar as pessoas como despertadores programados para tal fim.
Em uma certa casa uma pessoa se arrumava já com a mesa posta para o café da manhã, pois em seguida deveria sair para mais um dia de trabalho.
Após tomar um café reforçado, criou coragem e com o dia já claro, saiu a rua e a passos lentos tomou o caminho que a levava à fábrica onde trabalhava.
Caminhava pensando na vida difícil que vinha enfrentando reduzindo-se apenas em trabalho e mais trabalho.
No caminho que a conduzia à fabrica havia uma passagem de nível pela qual de tempo em tempo passavam trens. Estando perto desta passagem notou pelo ruído que se aproximava um trem e resolveu esperar que o comboio passasse para, após, fazer a travessia com segurança.
Enquanto esperava, seus pensamentos tentavam visualizar como seria aquele dia que começava. Seria um dia alegre? Seria um dia triste? Talvez apenas mais um dia, nem alegre e nem triste, típico da rotina tão costumeira.
A composição ferroviária se aproximava. Como sempre, a máquina fazia muitos ruídos e soltava muita fumaça e com pouca velocidade passou pelo cruzamento, e puxados por ela os vagões começaram a passar.
Esta pessoa observava os inúmeros vagões, com centenas de janelinhas, onde em cada uma via-se um rosto encostado. A maioria era de rostos sonolentos e havia alguns até mesmo dormindo.
Repentinamente, como em um piscar de olhos, ela vê um rosto especial em uma janela. Era um rosto muito especial, pois estava sorrindo, e demonstrava alegria de tê-la visto.
Num ímpeto, a pessoa tentou correr paralelamente ao trem, porém este se foi. Restou ela, ali parada, perplexa, porém, muito feliz, pois alguém tinha sorrido para ela.
O Sol que levantava no horizonte fazia brilhar a lágrima que corria em seu rosto catalisando nela toda a felicidade do mundo. No momento seguinte aquela pessoa reiniciou a sua caminhada em direção ao seu destino, porém, agora estava sorrindo também, de bem consigo e com todos e muito, muito feliz, apenas por um sorriso!
Quem será que foi a pessoa que passou sentada à janela do trem e que irradiou tanta felicidade com apenas um sorriso? Teria sido um de nós?

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