quarta-feira, 26 de maio de 2010

CLEONICE

CLEONICE de Miguel Reale Jr.
Comentário Bethuel
Ó Cleonice, contaram parte de sua vida e, “diga-se de passagem”, uma parte importante que é quando ficaste a refletir como foi esta vida.
Notamos que o autor deste conto teve o propósito de trazer a baila um tema que é bastante atual: O sistema judiciário e suas decisões em seus julgamentos, mostrando o como estão atrelados ao legalismo dogmático, legalismo este que esta muitos anos atrasado em relação ao sistema, convívio e atitudes desta sociedade nova, ágil e de transformação rápida que infelizmente o direito representado pelo ordenamento jurídico não consegue acompanhar.
Ó Cleonice, que maravilha se pudesse ter você como um exemplo do que acontece com os criminosos, sejam eles de qualquer espécie, pois teríamos a certeza de que se modificássemos o sistema de pensar da sociedade não teríamos mais criminosos.
Infelizmente as Cleonices são poucas, pois não encontramos para aqueles que tiveram problemas com a justiça e por eles foram condenados, lugar tão próprio para recuperação do indivíduo humano como encontrou Cleonice, com apoio total a ponto de poder estudar, e ter apoio para uma nova perspectiva de vida.
Nota-se o elogio velado aos advogados que tiveram a prudência necessária e a dedicação para que Cleonice fosse libertada, faz sentido e fica claro no texto, porem jamais poderemos imaginar que a grande massa carcerária teria a mesma chance que teve Cleonice, e pior se tivessem tal chance não aproveitariam pois seu sistema de vida desde a infância foi sempre ligado ao crime.
Portanto por mais que o texto insinue este tratamento especial que deve ser dado a todas as pessoas e em especial quando se trata de pessoas em transito pelo crime, devemos estar alerta pois não podemos generalizar este procedimento a toda e qualquer pessoa pois se assim fosse ao nosso ver a sociedade teria problemas mais sérios ainda de ordem social.
O que me chamou muita atenção no texto foi o seu final pois nem sempre na vida quando estamos em liberdade podendo ir e vir o que nos garante a Carta Magna, quer dizer que estamos livres, vejamos;
“Ela estava chegando à praça Osvaldo Cruz, e chegara convencida de que ” vivera em um cárcere privado, sem se sentir gente, e alcançara a liberdade na cadeia pública, a liberdade de ser ela mesma, de ser uma pessoa.” (grifo nosso).
Assim as pessoas que acabam com sua própria vida demonstram claramente que a liberdade externa às vezes não satisfaz, pois muitas vezes as correntes com seus cadeados estão na alma.
Valeu Cleonice, valeu Miguel Reale Jr.

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